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O que é o Espiritismo? » Capitulo III - Solução de alguns problemas pela Doutrina Espírita » Da alma

DA ALMA

 

   108. Onde é a sede da alma?

    A alma não está, como geralmente se crê, localizada em uma parte do corpo; ela forma com o perispírito um todo fluídico, penetrável, assimilando-se ao corpo inteiro com o qual constitui um ser complexo cuja morte não é senão, de certa maneira, o desdobramento. Podemos imaginar dois corpos semelhantes, penetrados um pelo outro, confundidos durante a vida e separados após a morte. Com a morte, um é destruído e o outro permanece.

   Durante a vida, a alma age mais especialmente sobre os órgãos do pensamento e do sentimento. Ela é ao mesmo tempo interna e externa; ou seja, irradia no exterior; ela pode até mesmo se isolar do corpo, transportar-se para longe e lá manifestar sua presença, como o provam a observação e os fenômenos sonambúlicos.

   109. A alma é criada ao mesmo tempo que o corpo, ou anteriormente ao corpo?

   Depois da existência da alma, essa questão é uma das mais capitais, pois de sua solução decorrem as consequências mais importantes; ela é a única chave possível de um grande número de problemas insolúveis até hoje, por não ter sido formulada.

   De duas coisas uma, ou a alma existia ou não existia antes da formação do corpo: não pode haver aí meio termo. Com a preexistência da alma, tudo se explica de maneira lógica e naturalmente; sem a preexistência, somos detidos a cada passo. Sem a preexistência, é mesmo impossível justificar certos dogmas da Igreja, e é a impossibilidade dessa justificação que leva à incredulidade tantas pessoas que raciocinam.

   Os Espíritos resolveram a questão afirmativamente, e os fatos, assim como a lógica, não podem deixar dúvidas a este respeito. No entanto, admita-se a preexistência da alma mesmo que a título de simples hipótese, e ver-se-á aplainar-se a maioria das dificuldades.

   110. Se a alma é anterior, antes de sua união com o corpo tinha ela sua individualidade e a consciência de si mesma?

    Sem individualidade e sem consciência de si mesma, os resultados seriam os mesmos que se ela não existisse.

   111. Antes de sua união com o corpo, a alma realizou algum progresso, ou estava estacionária?

   O progresso anterior da alma é ao mesmo tempo consequência da observação dos fatos e do ensinamento dos Espíritos.

   112. Deus criou as almas iguais, moralmente e intelectualmente, ou fez mais perfeitas, mais inteligentes umas que as outras?

    Se Deus tivesse feito almas mais perfeitas umas que as outras, essa preferência não seria conciliável com sua justiça. Todas sendo suas criaturas, por que ele teria liberado umas do trabalho que impõe a outras para chegar à felicidade eterna? A desigualdade das almas em sua origem seria a negação da justiça de Deus.

   113. Se as almas são criadas iguais, como explicar a diversidade de aptidões e de predisposições naturais que existe entre os homens na Terra?

    Essa diversidade é consequência do progresso que a alma realizou antes de sua união com o corpo. As almas mais avançadas em inteligência e em moralidade são aquelas que viveram mais e progrediram mais antes de sua encarnação.

   114. Qual é o estado da alma em sua origem?

    As almas são criadas simples e ignorantes, isto é, sem ciência e sem conhecimento do bem e do mal, mas com igual aptidão para tudo. No início, elas se encontram em uma espécie de infância, sem vontade própria e sem consciência perfeita de sua existência. Pouco a pouco o livre-arbítrio se desenvolve ao mesmo tempo que as ideias. (Livro dos Espíritos, n° 114 e seguintes).

   115. A alma realizou seu progresso anterior ao estado de alma propriamente dita, ou em uma precedente existência corporal?

    Além do ensinamento dos Espíritos sobre este ponto, o estudo dos diferentes graus de adiantamento do homem na Terra prova que o progresso anterior da alma deve ter se realizado em uma série de existências corporais mais ou menos numerosas, segundo o grau ao qual ela chegou; a prova resulta da observação dos fatos que temos diariamente sob as vistas. (O Livro dos Espíritos, n° 166 a 222. – Revista Espírita, abril de 1862, páginas 97-106.)

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