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O Espiritismo em sua mais simples expressão » Resumo do ensinamento dos Espíritos Le Spiritismo à sa plus simple expression » Résume de l'enseignement des Esprits

RESUMO DO ENSINO DOS ESPÍRITOS

 

1. Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas.

Deus é eterno, único, imaterial, imutável, todo-poderoso, soberanamente justo e bom. Ele deve ser infinito em todas as suas perfeições, pois se supuséssemos um único de seus atributos imperfeitos, ele não seria Deus.

2. Deus criou a matéria que constitui os mundos; ele também criou seres inteligentes que denominamos Espíritos, encarregados de administrar os mundos materiais segundo as leis imutáveis da criação, e que, por sua natureza são perfectíveis. Aperfeiçoando-se, eles se aproximam da Divindade.

3. O Espírito propriamente dito, é o princípio inteligente; sua natureza íntima nos é desconhecida; para nós, ele é imaterial, porque não há nenhuma analogia com o que nós chamamos matéria.

4. Os Espíritos são seres indivisíveis; eles têm um envoltório etéreo, imponderável, chamado perispírito, espécie de corpo fluídico, tipo da forma humana. Eles povoam os espaços, que percorrem com a rapidez do relâmpago, e constituem o mundo invisível.

5. A origem e o modo de criação dos Espíritos nos são desconhecidos; sabemos somente que eles são criados simples e ignorantes, isto é, sem ciência e sem conhecimento do bem e do mal, mas com igual aptidão para tudo, porque Deus, em sua justiça, não poderia liberar uns do trabalho que impõe aos outros para chegar à perfeição. No princípio, eles estão numa espécie de infância sem vontade própria, e sem consciência perfeita de sua existência.

6. Desenvolvendo-se o livre-arbítrio nos Espíritos ao mesmo tempo que as ideias, Deus lhes diz: “Podeis todos pretender a felicidade suprema, quando tiverdes adquirido os conhecimentos que vos faltam e realizado a tarefa que vos imponho. Trabalhai, pois, no vosso adiantamento; eis o objetivo: vós o atingireis seguindo as leis que eu gravei em vossa consciência.”

Em consequência de seu livre-arbítrio, uns tomam a rota mais curta, que é a do bem, outros a mais longa, que é a do mal.

7. Deus não criou o mal; estabeleceu leis, e essas leis são sempre boas, porque ele é soberanamente bom; aquele que as observasse fielmente seria perfeitamente feliz; porém, tendo o seu livre-arbítrio, os Espíritos nem sempre as observaram, e de sua desobediência resultou para eles o mal. Podemos então dizer que o bem é tudo o que é conforme à lei de Deus, e o mal tudo o que é contrário a essa mesma lei.

8. Para concorrer, como agentes do poder divino, à obra dos mundos materiais, os Espíritos revestem temporariamente um corpo material. Pelo trabalho que sua existência corporal exige, eles aperfeiçoam sua inteligência e adquirem, observando as leis de Deus, os méritos que devem conduzi-los à felicidade eterna.

9. A encarnação não foi, no princípio, imposta ao Espírito como uma punição; ela é necessária ao seu desenvolvimento e para a realização das obras de Deus, e todos devem sofrê-la, quer tomem a rota do bem ou a do mal; a diferença é que aqueles que seguem a rota do bem avançam mais rapidamente, são menos demorados para chegar ao objetivo e o atingem em condições menos penosas.

10. Os Espíritos encarnados constituem a Humanidade, que não se circunscreve à Terra, mas povoa todos os mundos disseminados no espaço.

11. A alma do homem é um Espírito encarnado. Para secundá-lo no cumprimento de sua tarefa, Deus lhe deu, como auxiliares, os animais que lhe são submetidos, e cuja inteligência e caráter são proporcionais às suas necessidades.

12. O aperfeiçoamento do Espírito é fruto de seu próprio trabalho; não podendo, numa única existência corporal, adquirir as qualidades morais e intelectuais que devem conduzi-lo ao objetivo, ele o atinge por uma sucessão de existências em cada uma das quais dá alguns passos adiante na via do progresso.

13. A cada existência corporal o Espírito deve realizar uma tarefa proporcional ao seu desenvolvimento; quanto mais ela for rude e laboriosa, mais mérito ele tem ao cumpri-la. Cada existência é assim uma prova que o aproxima do objetivo. O número dessas existências é indeterminado. Depende da vontade do Espírito abreviá-las trabalhando ativamente para o seu aperfeiçoamento moral, como depende da vontade do operário, que deve executar um trabalho, abreviar o número dos dias que emprega para fazê-lo.

14. Quando uma existência foi mal empregada, ela é sem proveito para o Espírito, que deve recomeçá-la em condições mais penosas em razão de sua negligência e de sua má vontade. É assim que, na vida, pode-se ser constrangido a fazer no dia seguinte o que não se fez na véspera.

15. A vida espiritual é a vida normal do Espírito: ela é eterna; a vida corporal é transitória e passageira: não passa de um instante na eternidade.

16. No intervalo de suas existência corporais, o Espírito está errante. A erraticidade não tem duração determinada; nesse estado o Espírito é feliz ou desgraçado, conforme o bom ou mau emprego que tenha dado à sua última existência; ele estuda as causas que apressaram ou retardaram seu adiantamento; toma resoluções que buscará colocar em prática na próxima encarnação e escolhe ele mesmo as provas que acredita serem as mais próprias ao seu progresso; porém, algumas vezes ele se engana, ou sucumbe, ao não perseverar, como homem, nas resoluções que tomou como Espírito.

17. O Espírito culpado é punido no mundo dos Espíritos por sofrimentos morais, e por penas físicas na vida corporal. Suas aflições são consequência de suas faltas, isto é, de sua infração à lei de Deus; de sorte que elas são ao mesmo tempo expiação do passado e prova para o futuro: é assim que o orgulhoso pode ter uma existência de humilhação, o tirano uma de servidão, o mau rico uma de miséria.

18. Há mundos apropriados aos diferentes graus de adiantamento dos Espíritos, e onde a existência corporal se acha em condições muito diferentes. Quanto menos avançado é o Espírito, mais os corpos que ele reveste são pesados e materiais; à medida que se purifica, ele passa a mundos superiores moralmente e fisicamente. A Terra não é o primeiro nem o último, mas é um dos mais atrasados.

19. Os Espíritos culpados encarnam em mundos menos avançados, onde expiam suas faltas pelas tribulações da vida material. Esses mundos são para eles verdadeiros purgatórios, mas deles depende sair daí trabalhando para próprio adiantamento moral. A Terra é um desses mundos.

20. Deus, sendo soberanamente justo e bom, não condena suas criaturas, por faltas temporárias, a castigos perpétuos; ele sempre lhes oferece os meios de progredir e de reparar o mal que tenham feito. Deus perdoa, mas exige o arrependimento, a reparação e o retorno ao bem, de maneira que a duração do castigo é proporcional à persistência do Espírito no mal; que, por conseguinte, o castigo seria eterno para aquele que permanecesse eternamente no mau caminho; mas desde que uma centelha de arrependimento penetre no coração do culpado, Deus estende sobre ele sua misericórdia. Assim, a eternidade das penas deve ser entendida no sentido relativo, e não no sentido absoluto. 

21. Os Espíritos, ao encarnarem, trazem consigo o que adquiriam em suas existências precedentes; é essa a razão pela qual os homens mostram instintivamente aptidões especiais, pendores bons ou maus que parecem inatos neles.

As más tendências naturais são os restos das imperfeições do Espírito, e das quais ele não se despojou inteiramente; são também os indícios das faltas que ele cometeu, e o verdadeiro pecado original. A cada existência ele deve limpar-se de algumas impurezas.

22. O esquecimento das existências anteriores é um benefício de Deus que, em sua bondade, quis poupar o homem das lembranças quase sempre penosas. A cada nova existência, o homem é o que fez de si mesmo: é para ele um novo ponto de partida; ele conhece seus defeitos atuais; sabe que esses defeitos são a sequência dos que tinha, e conclui daí o mal que pode ter cometido e isso basta para ele trabalhar a fim de se corrigir. Se outrora tinha defeitos que hoje não tem mais, não precisa com eles se preocupar, pois tem muito a se ocupar com suas imperfeições presentes. 

23. Se a alma já não tivesse vivido, é que teria sido criada ao mesmo tempo que o corpo; supondo que assim o fosse, ela não teria nenhuma relação com aquelas que a precederam. Pergunta-se então, como Deus, que é soberanamente justo e bom, poderia torná-la responsável pela falta do pai do gênero humano, manchando-a com um pecado original que ela não cometeu. Admitindo-se, ao contrário, que a alma traz ao nascer o germe das imperfeições de suas existências anteriores; que ela sofre na existência atual as consequências de suas faltas passadas, dá-se do pecado original uma explicação lógica que cada um pode compreender e admitir, porque a alma não é responsável senão pelas suas próprias obras.

24. Na diversidade das aptidões inatas, morais e intelectuais, está a prova de que a alma já vivera antes; se ela tivesse sido criada ao mesmo tempo que o corpo atual, Deus teria feito umas mais adiantadas que as outras, o que não está de acordo com a sua bondade. Porque existem selvagens e homens civilizados, bons e maus, idiotas e gente de espírito? Admitindo-se que uns viveram mais que os outros e adquiriram mais, tudo se explica.

25. Se a existência atual fosse a única e decidisse o futuro da alma por toda a eternidade, qual seria a sorte das crianças que morrem em tenra idade? Não tendo elas feito bem nem mal, não merecem recompensas nem punições. De acordo com a palavra do Cristo, cada um sendo recompensado segundo suas obras, elas não têm direito à perfeita felicidade dos anjos, nem merecem ser dela privadas. Dizei que elas poderão, numa outra existência, realizar o que não puderam fazer na que foi abreviada, e não há mais exceções.

26. Pelo mesmo motivo, qual seria a sorte dos cretinos e dos idiotas? Sem consciência do bem e do mal, eles não têm nenhuma responsabilidade por seus atos. Seria Deus justo e bom se tivesse criado almas estúpidas para condená-las a uma existência miserável e sem compensações? Admiti, ao contrário, que a alma do cretino e do idiota é um Espírito em punição num corpo impróprio a manifestar seu pensamento, no qual se encontra como um homem fortemente comprimido por laços, e nada mais tereis que não seja conforme à justiça de Deus.

27. Despojando-se o Espírito, em suas encarnações sucessivas, de suas impurezas e aperfeiçoando-se pelo trabalho, ele chega ao termo de suas existências corporais; pertence então à ordem dos puros Espíritos ou dos anjos, e goza ao mesmo tempo da visão completa de Deus e de uma felicidade sem mescla pela eternidade.

28. Estando os homens em expiação na Terra, Deus, como bom Pai, não os deixou entregues a si mesmos, sem guias. Em primeiro lugar, eles têm seus Espíritos protetores ou anjos guardiães, que velam por eles e se esforçam para conduzi-los na boa via; têm ainda os Espíritos em missão na Terra, Espíritos superiores encarnados de tempos em tempos entre eles, para clarear a rota por seus trabalhos e fazer avançar a Humanidade. Ainda que Deus tenha gravado sua lei na consciência, ele acreditou dever formulá-la de maneira explícita; primeiro lhes enviou Moisés; mas as leis de Moisés eram apropriadas aos homens de seu tempo; ele apenas lhes falou da vida terrestre, de penas e de recompensas temporais. O Cristo veio em seguida completar a lei de Moisés por um ensino mais elevado: a pluralidade das existências, a vida espiritual, as penas e as recompensas morais. Moisés os conduziu pelo medo, o Cristo pelo amor e pela caridade.

29. O Espiritismo, melhor compreendido hoje, acrescenta, para os incrédulos, a evidência à teoria; ele prova o futuro por evidências patentes; diz em termos claros e sem equívoco o que o Cristo disse por parábolas; explica as verdades desconhecidas ou falsamente interpretadas; revela a existência do mundo invisível ou dos Espíritos, e inicia o homem nos mistérios da vida futura; ele vem combater o materialismo, que é uma revolta contra o poder de Deus; vem, enfim, estabelecer entre os homens o reino da caridade e da solidariedade anunciado pelo Cristo. Moisés lavrou, o Cristo semeou, o Espiritismo vem colher. 

30. O Espiritismo não é uma luz nova, mas uma luz mais brilhante, porque ela surgiu de todos os pontos do globo pela voz daqueles que viveram. Tornando evidente o que era obscuro, ele põe fim às interpretações errôneas, e deve ligar os homens numa mesma crença, porque existe apenas um Deus, e suas leis são as mesmas para todos; ele marca enfim a era dos tempos preditos pelo Cristo e os profetas.

31. Os males que afligem os homens na Terra têm por causa o orgulho, o egoísmo e todas as más paixões. Pelo contato de seus vícios, os homens se tornam reciprocamente infelizes e punem-se uns aos outros. Que a caridade e a humildade substituam o egoísmo e o orgulho, e então eles não mais buscarão prejudicar-se; respeitarão os direitos de cada um, e farão reinar entre eles a concórdia e a justiça.

32. Todavia, como destruir o egoísmo e o orgulho que parecem inatos no coração do homem? – O egoísmo e o orgulho estão no coração do homem, porque os homens são Espíritos que seguiram desde o princípio a rota do mal, e foram exilados na Terra por punição desses mesmos vícios; é ainda por causa de seu pecado original do qual muitos não se despojaram. Pelo Espiritismo, Deus vem fazer um último apelo à prática da lei ensinada pelo Cristo: a lei de amor e de caridade.

33. Tendo a Terra chegado ao tempo marcado para tornar-se uma morada de felicidade e de paz, Deus não quer que os maus Espíritos encarnados continuem a trazer para esse mundo a perturbação em prejuízo dos bons; é por isso que eles deverão desaparecer. Irão expiar seu endurecimento em mundos menos avançados, onde trabalharão novamente para seu aperfeiçoamento moral numa série de existências mais infelizes e mais penosas ainda do que na Terra.

Nesses mundos eles formarão uma nova raça mais esclarecida e cuja tarefa será fazer progredir os seres atrasados que os habitam, lançando mão dos próprios conhecimentos adquiridos. Não sairão dali para um mundo melhor enquanto não tiverem merecido, e assim sucessivamente, até que tenham atingido a purificação completa. Se a Terra era para eles um purgatório, esses mundos serão seu inferno, mas um inferno de onde a esperança jamais será banida.

34. Enquanto a geração proscrita vai desaparecer rapidamente, uma nova geração surge, cujas crenças serão fundadas sobre o Espiritismo cristão. Nós assistimos à transição que se opera, prelúdio da renovação moral cujo advento é marcado pelo Espiritismo.


1. Dieu est l'intelligence suprême, cause première de toutes choses. Dieu est éternel, unique, immatériel, immuable, tout-puissant, souverainement juste et bon. Il doit être infini dans toutes ses perfections, car si l'on supposait un seul de ses attributs imparfaits, il ne serait plus Dieu.

2. Dieu a créé la matière qui constitue les mondes; il a aussi créé des êtres intelligents que nous nommons Esprits, chargés d'administrer les mondes matériels d'après les lois immuables de la création, et qui sont perfectibles par leur nature. En se perfectionnant, ils se rapprochent de la Divinité.

3. L'Esprit, proprement dit, est le principe intelligent; sa nature intime nous est inconnue; pour nous il est immatériel, parce qu'il n'a aucune analogie avec ce que nous appelons matière.

4. Les Esprits sont des êtres individuels; ils ont une enveloppe éthérée, impondérable, appelée périsprit, sorte de corps fluidique, type de la forme humaine. Ils peuplent les espaces, qu'ils parcourent avec la rapidité de l'éclair, et constituent le monde invisible.

5. L'origine et le mode de création des Esprits nous sont inconnus; nous savons seulement qu'ils sont créés simples et ignorants, c'est-à-dire sans science et sans connaissance du bien et du mal, mais avec une égale aptitude pour tout, car Dieu, dans sa justice, ne pouvait affranchir les uns du travail qu'il aurait imposé aux autres pour arriver à la perfection. Dans le principe, ils sont dans une sorte d'enfance sans volonté propre, et sans conscience parfaite de leur existence.

6. Le libre arbitre se développant chez les Esprits en même temps que les idées, Dieu leur dit: "Vous pouvez tous prétendre au bonheur suprême, lorsque vous aurez acquis les connaissances qui vous manquent et accompli la tâche que je vous impose. Travaillez donc à votre avancement; voilà le but: vous l'atteindrez en suivant les lois que j'ai gravées dans votre conscience." En conséquence de leur libre arbitre, les uns prennent la route la plus courte, qui est celle du bien, les autres la plus longue, qui est celle du mal.

7. Dieu n'a point créé le mal; il a établi des lois, et ces lois sont toujours bonnes, parce qu'il est souverainement bon; celui qui les observerait fidèlement serait parfaitement heureux; mais les Esprits, ayant leur libre arbitre, ne les ont pas toujours observées, et le mal est résulté pour eux de leur désobéissance. On peut donc dire que le bien est tout ce qui est conforme à la loi de Dieu et le mal tout ce qui est contraire à cette même loi.

8. Pour concourir, comme agents de la puissance divine, à l'œuvre des mondes matériels, les Esprits revêtent temporairement un corps matériel. Par le travail que nécessite leur existence corporelle, ils perfectionnent leur intelligence et acquièrent, en observant la loi de Dieu, les mérites qui doivent les conduire au bonheur éternel.

9. L'incarnation n'a point été imposée à l'Esprit, dans le principe, comme une punition; elle est nécessaire à son développement et à l'accomplissement des oeuvres de Dieu, et tous doivent la subir, qu'ils prennent la route du bien ou celle du mal; seulement ceux qui suivent la route du bien, avançant plus vite, sont moins longs à parvenir au but et y arrivent dans des conditions moins pénibles.

10. Les Esprits incarnés constituent l'humanité, qui n'est point circonscrite à la Terre, mais qui peuple tous les mondes disséminés dans l'espace.

11. L'âme de l'homme est un Esprit incarné. Pour le seconder dans l'accomplissement de sa tâche, Dieu lui a donné, comme auxiliaires, les animaux qui lui sont soumis et dont l'intelligence et le caractère sont proportionnés à ses besoins.

12. Le perfectionnement de l'Esprit est le fruit de son propre travail; ne pouvant, dans une seule existence corporelle, acquérir toutes les qualités morales et intellectuelles qui doivent le conduire au but il y arrive par une succession d'existences à chacune desquelles il fait quelques pas en avant dans la voie du progrès.

13. A chaque existence corporelle l'Esprit doit fournir une tâche proportionnée à son développement; plus elle est rude et laborieuse, plus il a de mérite à l'accomplir. Chaque existence est ainsi une épreuve qui le rapproche du but. Le nombre de ses existences est indéterminé. Il dépend de la volonté de l'Esprit de l'abréger en travaillant activement à son perfectionnement moral; de même qu'il dépend de la volonté de l'ouvrier qui doit fournir un travail d'abréger le nombre de jours qu il emploie à le faire.

14. Lorsqu'une existence a été mal employée, elle est sans profit pour l'Esprit qui doit la recommencer dans des conditions plus ou moins pénibles en raison de sa négligence et de son mauvais vouloir, c'est ainsi que, dans la vie, on peut être astreint à faire le lendemain ce qu'on n'a pas fait la veille, ou à refaire ce qu'on a mal fait.

15. La vie spirituelle est la vie normale de l'Esprit elle est éternelle; la vie corporelle est transitoire et passagère: ce n'est qu'un instant dans l'éternité.

16. Dans l'intervalle de ses existences corporelles, l'Esprit est errant. L'erraticité n'a pas de durée déterminée; dans cet état,l’esprit est heureux ou malheureux, selon le bon ou le mauvais emploi qu'il a fait de sa dernière existence; il étudie les causes qui ont hâté ou retardé son avancement; il prend les résolutions qu'il cherchera à mettre en pratique dans sa prochaine incarnation et choisit lui-même les épreuves qu'il croit les plus propres à son avancement; mais quelquefois il se trompe, ou succombe en ne tenant pas comme homme les résolutions qu'il a prises comme Esprit.

17. L'Esprit coupable est puni par les souffrances morales dans le monde des Esprits, et par les peines physiques dans la vie corporelle. Ses afflictions sont la conséquence de ses fautes, c'est-à-dire de son infraction à la loi de Dieu; de sorte qu'ils sont à la fois une expiation du passé et une épreuve pour l'avenir: c'est ainsi que l'orgueilleux peut avoir une existence d'humiliation, le tyran une de servitude, le mauvais riche une de misère.

18. Il y a des mondes appropriés aux différents degrés d'avancement des Esprits, et où l'existence corporelle se trouve dans des conditions très différentes. Moins l'Esprit est avancé, plus les corps qu'il revêt sont lourds et matériels; à mesure qu'il se purifie, il passe dans des mondes supérieurs moralement et physiquement. La Terre n'est ni le premier ni le dernier, mais un des plus arriérés.

19. Les Esprits coupables sont incarnés dans les mondes les moins avancés, où ils expient leurs fautes par les tribulations de la vie matérielle. Ces mondes sont pour eux de véritables purgatoires, mais d'où il dépend d'eux de sortir en travaillant à leur avancement moral. La Terre est un de ces mondes.

20. Dieu, étant souverainement juste et bon, ne condamne pas ses créatures à des châtiments perpétuels pour les fautes temporaires; il leur offre en tout temps des moyens de progresser et de réparer le mal qu'elles ont pu faire. Dieu pardonne, mais il exige le repentir, la réparation et le retour au bien; de sorte que la durée du châtiment est proportionnée à la persistance de l'Esprit dans le mal; que, par conséquent, le châtiment serait éternel pour celui qui resterait éternellement dans la mauvaise voie; mais, dès qu'une lueur de repentir entre dans le cœur du coupable, Dieu étend sur lui sa miséricorde. L'éternité des peines doit aussi s'entendre dans le sens relatif, et non dans le sens absolu.

21. Les Esprits, en s'incarnant, apportent avec eux ce qu'ils ont acquis dans leurs existences précédentes; c'est la raison pour laquelle les hommes montrent instinctivement des aptitudes spéciales, des penchants bons ou mauvais qui semblent innés en eux. Les mauvais penchants naturels sont les restes des imperfections de l'Esprit, et dont il ne s'est pas entièrement dépouillé; ce sont aussi les indices des fautes qu'ils a commises, et le véritable péché originel. A chaque existence il doit se laver de quelques impuretés.

22. L'oubli des existences antérieures est un bienfait de Dieu qui, dans sa bonté, a voulu épargner à l'homme des souvenirs le plus souvent pénibles. A chaque nouvelle existence, l'homme est ce qu'il s'est fait lui-même; c'est pour lui un nouveau point de départ, il connaît ses défauts actuels; il sait que ces défauts sont la suite de ceux qu'il avait; il en conclut le mal qu'il a pu commettre, et cela lui suffit pour travailler à se corriger. S'il avait autrefois des défauts qu'il n'a plus, il n'a pas à s'en préoccuper; il a assez de ses imperfections présentes.

23. Si l'âme n'a pas déjà vécu, c’est qu'elle est créée en même temps que le corps; dans cette supposition, elle ne peut avoir aucun rapport avec celles qui l'ont précédée. On se demande alors comment Dieu, qui est souverainement juste et bon, peut l'avoir rendue responsable de la faute du père du genre humain, en l'entachant d'un péché originel, qu'elle n'a pas commis. En disant, au contraire, qu'elle apporte en renaissant le germe des imperfections de ses existences antérieures; qu'elle subit dans l'existence actuelle les conséquences de ses fautes passées, on donne du péché originel une explication logique que chacun peut comprendre et admettre, parce que l'âme n'est responsable que de ses propres oeuvres.

24. La diversité des aptitudes innées, morales et intellectuelles, est la preuve que l'âme a déjà vécu; si elle avait été créée en même temps que le corps actuel, il ne serait pas selon la bonté de Dieu d'avoir fait les unes plus avancées que les autres. Pourquoi des sauvages et des hommes civilisés, des bons et des méchants, des sots et des gens d'esprit? En disant que les uns ont plus vécu que les autres et ont plus acquis, tout s'explique.

25. Si l'existence actuelle était unique et devait seule décider de l'avenir de l'âme pour l'éternité, quel serait le sort des enfants qui meurent en bas-âge? N'ayant fait ni bien ni mal, ils ne méritent ni récompenses ni punitions. Selon la parole du Christ, chacun étant récompensé selon ses oeuvres, ils n'ont pas droit au parfait bonheur des anges, ni mérité d'en être privés. Dites qu'ils pourront, dans une autre existence, accomplir ce qu'ils n'ont pu faire dans celle qui a été abrégée, et il n'y a plus d'exceptions.

26. Par le même motif, quel serait le sort des crétins et des idiots? N'ayant aucune conscience du bien et du mal, ils n'ont aucune responsabilité de leurs actes. Dieu serait-il juste et bon d'avoir créé des âmes stupides pour les vouer à une existence misérable et sans compensation? Admettez, au contraire, que l'âme du crétin et de l'idiot est un Esprit en punition dans un corps impropre à rendre sa pensée, où il est comme un homme fort emprisonné par des liens, et vous n'aurez plus rien qui ne soit conforme à la justice de Dieu.

27. Dans ses incarnations successives, l'Esprit, s'étant peu à peu dépouillé de ses impuretés et perfectionné par le travail, arrive au terme de ses existences corporelles; il appartient alors à l'ordre des purs Esprits ou des anges, et jouit à la fois de la vie complète de Dieu et d'un bonheur sans mélange pour l'éternité.

28. Les hommes étant en expiation sur la terre, Dieu, en bon père, ne les a pas livrés à eux-mêmes sans guides. Ils ont d'abord leurs Esprits protecteurs ou anges gardiens, qui veillent sur eux et s'efforcent de les conduire dans la bonne voie; ils ont encore les Esprits en mission sur la terre, Esprits supérieurs incarnés de temps en temps parmi eux pour éclairer la route par leurs travaux et faire avancer l'humanité. Bien que Dieu ait gravé sa loi dans la conscience, il a cru devoir la formuler d'une manière explicite; il leur a d'abord envoyé Moïse; mais les lois de Moïse étaient appropriées aux hommes de son temps; il ne leur a parlé que de la vie terrestre, de peines et de récompenses temporelles. Le Christ est venu ensuite compléter la loi de Moïse par un enseignement plus élevé: la pluralité des existences[1], la vie spirituelle, les peines et les récompenses morales. Moïse les conduisait par la crainte, le Christ par l'amour et la charité.

29. Le Spiritisme, mieux compris aujourd'hui ajoute, pour les incrédules, l'évidence à la théorie; il prouve l'avenir par des faits patents; il dit en termes clairs et sans équivoque ce que le Christ a dit en paraboles; il explique les vérités méconnues ou faussement interprétées; il révèle l'existence du monde invisible ou des Esprits, et initie l'homme aux mystères de la vie future; il vient combattre le matérialisme, qui est une révolte contre la puissance de Dieu; il vient enfin établir parmi les hommes le règne de la charité et de la solidarité annoncé par le Christ. Moïse a labouré, le Christ a semé, le Spiritisme vient récolter.

30. Le Spiritisme n'est point une lumière nouvelle, mais une lumière plus éclatante, parce qu'elle surgit de tous les points du globe par la voie de ceux qui ont vécu. En rendant évident ce qui était obscur, il met fin aux interprétations erronées, et doit rallier les hommes à une même croyance, parce qu'il n'y a qu'un seul Dieu, et que ses lois sont les mêmes pour tous; il marque enfin l'ère des temps prédits par le Christ et les prophètes.

31. Les maux qui affligent les hommes sur la terre ont pour cause l'orgueil, l'égoïsme et toutes les mauvaises passions. Par le contact de leurs vices, les hommes se rendent réciproquement malheureux et se punissent les uns par les autres. Que la charité et l'humilité remplacent l'égoïsme et l'orgueil, alors ils ne chercheront plus à se nuire, ils respecteront les droits de chacun, et feront régner entre eux la concorde et la justice.

32. Mais comment détruire l'égoïsme et l'orgueil qui semblent innés dans le cœur de l'homme? L'égoïsme et l'orgueil sont dans le cœur de l'homme, parce que les hommes sont des esprits qui ont suivi dès le principe la route du mal, et qui ont été exilés sur la terre en punition de ces mêmes vices, c'est encore là leur péché originel dont beaucoup ne se sont pas dépouillés. Par le Spiritisme, Dieu vient faire un dernier appel à la pratique de la loi enseignée par le Christ: la loi d'amour et de charité.

33. La terre étant arrivée au temps marqué pour devenir un séjour de bonheur et de paix, Dieu ne veut pas que les mauvais Esprits incarnés continuent d'y apporter le trouble au préjudice des bons; c'est pourquoi ils devront disparaître. Ils iront expier leur endurcissement dans des mondes moins avancés où ils travailleront à nouveau à leur perfectionnement dans une série d'existences plus malheureuses et plus pénibles encore que sur la terre. Ils formeront dans ces mondes une nouvelle race plus éclairée et dont la tâche sera de faire progresser les êtres arriérés qui les habitent, à l'aide de leurs connaissances acquises. Ils n'en sortiront pour un monde meilleur que lorsqu'ils l'auront mérité, et ainsi de suite, jusqu'à ce qu'ils aient atteint la purification complète. Si la terre était pour eux un purgatoire, ces mondes seront leur enfer, mais un enfer d'où l'espérance n'est jamais bannie.

34. Tandis que la génération proscrite va disparaître rapidement, une nouvelle génération s'élève dont les croyances seront fondées sur le Spiritisme chrétien. Nous assistons à la transition qui s'opère, prélude de la rénovation morale dont le Spiritisme marque l'avènement.



[1] Evang. Saint Mathieu, chap. XVII, v. 10 et suiv. - Saint Jean, chap. III, V. 2 et suiv.

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