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Revista Espírita 1866 » Junho » Poesias espíritas » A lagarta e a borboleta

(Fábula do Espírito batedor de Carcassonne)

 

De um ramo de jasmins trabalhando os contornos,

Trêmula, uma lagarta ao declinar de seus dias,

       Dizia: “Estou muito doente,

       Já nem digiro a folha de salada;

       Mal e mal a couve provoca-me apetite;

       Eu morro pouco a pouco;

Como é triste morrer! Mais valia não nascer.

       Sem murmurar é preciso submeter-se.

Outros, depois de mim, que tracem o seu caminho.

     ─ Mas tu não morrerás, lhe diz a borboleta;

Se tenho boa memória, foi sobre a mesma planta

Que contigo vivi; pois eu sou da família.

O futuro te prepara destino mais feliz;

Talvez um mesmo amor nos unirá os dois.

Espera!... Rápida é a passagem do sono.

Como eu, tu serás uma crisálida;

Como eu poderás, em cores brilhantes,

       Respirar o perfume das flores”.

A velha respondeu: “Impostora! Impostora!

Nada viria mudar as leis da Natureza;

O espinheiro jamais será jasmim.

Aos meus anéis partidos, às minhas juntas fracas

Que hábil operário virá ligar as asas?

       Jovem louca, segue o teu caminho.

     ─ Lagarta! Tens razão. O possível tem limites!

Responde um caracol, triunfante em seus cornos.

Um sapo aplaudiu. Com seu dardo, um zangão

     Insultou a linda borboleta.

 

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Não, nem sempre é a verdade que brilha.

       Aqui na Terra, quantos cegos de nascença

Negando a alma dos mortos. Doutores, raciocinais

       Mais ou menos como a lagarta.

 

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