Jamais uma doutrina filosófica dos tempos modernos causou tanta emoção quanto o Espiritismo. Jamais qualquer uma foi atacada com tanto encarniçamento. É a prova evidente de que lhe reconhecem mais vitalidade e raízes mais profundas que nas outras, pois não se toma de uma picareta para arrancar um capinzinho. Longe de se apavorar, os espíritas devem alegrar-se com isso, pois é prova da importância e da verdade da doutrina. Se ela não passasse de uma ideia efêmera e sem consistência, de uma mosca que voa, não a atacariam com tamanha violência; se fosse falsa, atacá-la-iam com argumentos sólidos que já teriam triunfado sobre ela. Entretanto, como nenhum dos argumentos que lhe opõem pôde detê-la, é que ninguém encontrou falha na couraça. Contudo, não faltaram nem boa vontade nem talento aos seus antagonistas. Nesse vasto torneio de ideias, onde o passado entra em liça com o futuro, e que tem por campo fechado o mundo inteiro, o grande júri é a opinião pública. Ela escuta o pró e o contra; ela julga o valor dos meios de ataque e de defesa e se pronuncia a favor de quem dá as melhores razões. Se um dos dois campeões emprega armas desleais, é condenado por antecipação. Ora, haverá armas mais desleais que a mentira, a calúnia e a traição? Recorrer a semelhantes meios é confessar-se vencido pela lógica, e a causa que se reduz a tais expedientes é uma causa perdida; não será um homem, nem serão alguns homens que pronunciarão a sua sentença: será a Humanidade, que a força das coisas e a consciência do bem arrastam para o que é mais justo e mais racional. Vede, na história do mundo, se uma só ideia grande e verdadeira não triunfou sempre sobre qualquer coisa que tenham feito para entravá-la. A esse respeito, o Espiritismo nos apresenta um fato inaudito: é o da rapidez de propagação sem paralelo. Essa rapidez é tal que seus próprios adversários ficam aturdidos; assim, atacam com o cego furor dos combatentes que perdem o sangue frio e se aferram às suas próprias armas. Entretanto, a luta está longe de chegar ao fim. É preciso, ao contrário, esperar que ela adquira maiores proporções e um outro caráter. Seria demasiado prodigioso e incompatível com o estado atual da Humanidade que uma doutrina que leva em si o germe de toda uma renovação se estabelecesse pacificamente em alguns anos. Ainda uma vez, não nos lamentemos. Quanto mais rude for a luta, mais brilhante será o triunfo. Ninguém duvida que o Espiritismo cresceu pela oposição que lhe fizeram. Deixemos, pois, essa oposição esgotar os seus recursos. Ele crescerá ainda mais quando ela tiver revelado sua própria fraqueza aos olhos de todos. O campo de combate do Cristianismo nascente era circunscrito; o do Espiritismo se estende por toda a face da Terra. O Cristianismo não pôde ser abafado sob ondas de sangue; ele cresceu por seus mártires, como a liberdade dos povos, porque era uma verdade. O Espiritismo, que é o Cristianismo apropriado ao desenvolvimento da inteligência e livre dos abusos, crescerá do mesmo modo sob a perseguição, porque também ele é uma verdade. A força bruta é reconhecidamente impotente contra a ideia espírita, mesmo nos países onde ela é aplicada com toda a liberdade. Aí está a experiência para atestá-lo. Comprimindo a ideia num ponto, fazem-na surgir de todos os lados. Uma compressão geral produzirá uma explosão. Contudo, nossos adversários não renunciaram. Enquanto esperam, recorrem a outra tática, a das manobras surdas. Muitas vezes já tentaram, e tentarão de novo, comprometer a doutrina, impelindo-a por uma via perigosa ou ridícula para desacreditá-la. Hoje, semeando de forma sub-reptícia a divisão e lançando fachos de discórdia, eles esperam lançar a dúvida e a incerteza nos espíritos, provocar o desânimo verdadeiro ou simulado e fomentar a perturbação entre os adeptos. Mas não são adversários confessos que assim agiriam. O Espiritismo, cujos princípios têm tantos pontos de semelhança com os do Cristianismo, também deve ter os seus Judas, para que tenha a glória de sair vitorioso dessa nova prova. Por vezes o dinheiro é o argumento que substitui a lógica. Não se viu uma mulher confessar ter recebido 50 francos para simular loucura depois de haver assistido a uma única reunião espírita? Assim, não é sem razão que, na Revista de março de 1863, publicamos o artigo sobre os falsos irmãos. O artigo não agradou a todo mundo, e mais de um queria que víssemos mais claro e que abríssemos os olhos dos outros, apertando-nos a mão em sinal de aprovação, como se fôssemos a vítima. Mas que importa! Nosso dever é premunir os espíritas sinceros contra as armadilhas que lhes preparam. Quanto àqueles que nos alienaram, para os quais esses princípios eram muito rigoroso, sobre esse ponto como sobre vários outros, é que sua simpatia era superficial e não do fundo do coração, e nós não temos nenhuma razão para a eles nos atermos. Temos que nos ocupar de coisas mais importantes que a sua boa ou má vontade a nosso respeito. O presente é fugidio e amanhã não existirá mais. Para nós ele nada é. O futuro é tudo e é para o futuro que trabalhamos. Sabemos que as simpatias verdadeiras nos seguirão, e aquelas que estão à mercê de um interesse material ilusório ou de um amor-próprio não satisfeito, não merecem este nome. Quem quer que ponha o seu ponto de vista fora da estreita esfera do presente não mais é perturbado pelas mesquinhas intrigas que se agitam ao seu redor. É o que nos esforçamos por fazer, e é o que aconselhamos aos que querem ter a paz da alma neste mundo. (O Evangelho segundo o Espiritismo, Cap. II, item 15). Como todas as ideias novas, a ideia espírita não podia deixar de ser explorada por gente que não tendo tido êxito em nada, por conduta errada ou por incapacidade, está em busca do que é novo, na esperança de aí encontrar uma mina mais produtiva e mais fácil. Se o sucesso não corresponde à sua expectativa, eles não assumem a responsabilidade, mas atribuem o insucesso à coisa, que declaram má. Essas pessoas têm apenas o nome de espíritas. Melhor do que qualquer outro, pudemos ver essa manobra, tendo sido muitas vezes o alvo dessas explorações, com as quais não quisemos compactuar, o que não nos valeu amigos. Voltemos ao nosso assunto. O Espiritismo, repetimo-lo, ainda tem que passar por rudes provas e é aí que Deus reconhecerá seus verdadeiros servidores, por sua coragem, por sua firmeza e por sua perseverança. Aqueles que se abalarem pelo medo ou por uma decepção, são como esses soldados que só têm coragem nos tempos de paz e fogem ao primeiro tiro. A maior prova não será, entretanto, a perseguição, mas o conflito das ideias que será suscitado e com cujo auxílio esperam romper a falange dos adeptos e à admirável unidade que se faz na doutrina. Esse conflito, embora provocado com má intenção, quer venha ele de homens, quer de maus Espíritos, é, contudo, necessário e deve trazer uma perturbação momentânea nalgumas consciências fracas, e mesmo que cause uma perturbação momentânea em algumas, terá como resultado definitivo a consolidação da unidade. Em todas as coisas não se devem julgar pontos isolados, mas ver o conjunto. É útil que todas as ideias, mesmo as mais contraditórias e as mais excêntricas, venham à luz; elas provocam o exame e o julgamento, e se forem falsas, o bom-senso lhes fará justiça: elas cairão forçosamente ante a prova decisiva do controle universal, como já caíram tantas outras. Foi esse grande critério que fez a unidade atual; será ele que a concluirá, porque é o crivo que deve separar o bom do mau grão, e a verdade será mais brilhante quando sair do cadinho, livre de todas as escórias. O Espiritismo ainda está em ebulição; deixemos pois a espuma subir à tona e se derramar e ele apenas ficará mais depurado. Deixemos aos adversários a alegria maligna e pueril de soprar o fogo para provocar essa ebulição porque, sem querer, eles apressam sua depuração e seu triunfo, e eles próprios queimar-se-ão no fogo que acendem. Deus quer que tudo seja útil à causa, mesmo aquilo que é feito com a intenção de prejudicá-la. Não esqueçamos que o Espiritismo não está acabado. Ele ainda não fez senão plantar balizas, mas, para avançar com segurança, deve fazê-lo gradualmente, à medida que o terreno esteja preparado para recebê-lo e bastante consolidado para nele pôr o pé com segurança. Os impacientes, que não sabem esperar o momento propício, comprometem a colheita, como comprometem a sorte das batalhas. Entre os impacientes há, sem dúvida, aqueles de muito boa-fé; quereriam ver as coisas irem ainda mais depressa, mas assemelham-se a essas criaturas que julgam adiantar o tempo adiantando o relógio. Outros, não menos sinceros, são levados pelo amor-próprio a chegar primeiro; semeiam antes da estação e só colhem frutos abortados. Ao lado desses, outros há, infelizmente, que empurram o carro por trás, esperando vê-lo tombar. Compreende-se que certos indivíduos que gostariam de ter sido os primeiros, nos censurem por termos ido tão depressa; que outros, por motivos contrários, nos censurem por avançarmos devagar; mas o que é menos explicável é, por vezes, ver essa dupla censura feita pelo mesmo indivíduo, o que não é prova de muita lógica. Se formos aguilhoados por andarmos pela direita ou pela esquerda, nem por isso avançaremos menos, como temos feito até aqui, na linha que nos é traçada, ao fim da qual está o objetivo que queremos atingir. Iremos para a frente ou esperaremos; apressar-nos-emos ou nos retardaremos conforme as circunstâncias, e não segundo a opinião deste ou daquele. O Espiritismo marcha a despeito de seus adversários numerosos que não tendo podido tomá-lo pela força, tentam tomá-lo pela astúcia; eles se insinuam por toda parte, sob todas as máscaras e até nas reuniões íntimas, na esperança de aí flagrar um fato ou uma palavra que muitas vezes terão provocado e que esperam explorar em seu proveito. Comprometer o Espiritismo e torná-lo ridículo, tal é a tática com cujo auxílio esperam desacreditá-lo a princípio, para mais tarde terem um pretexto para interditar, se possível, o seu exercício público. É a cilada contra a qual é preciso manter-se em guarda, porque está armada por todos os lados, e à qual, sem querer, dão a mão os que se deixam levar pelas sugestões dos Espíritos enganadores e mistificadores. O meio de evitar essas maquinações é seguir o mais exatamente possível a linha de conduta traçada pela doutrina; sua moral, que é a sua parte essencial, é inatacável; praticando-a, não se dá ensejo a nenhuma crítica fundada e a agressão se torna mais odiosa. Apanhar os espíritas em falta e em contradição com os seus princípios seria uma grande sorte para os seus adversários; assim, vede como se empenham em acusar o Espiritismo de todas as aberrações e de todas as excentricidades pelas quais não podia ser responsável. A doutrina não é ambígua em nenhuma de suas partes; ela é clara, precisa, categórica nos mínimos detalhes; só a ignorância e a má-fé podem enganar-se sobre o que ela aprova ou condena. É, pois, um dever de todos os espíritas sinceros e devotados repudiar e desautorizar abertamente, em seu nome, os abusos de todo gênero que pudessem comprometê-la, a fim de não lhes assumir a responsabilidade; pactuar com os abusos seria tornar-se cúmplice e fornecer armas aos nossos adversários. Os períodos de transição são sempre difíceis de passar. O Espiritismo está nesse período; atravessá-lo-á com tanto menos dificuldade quanto mais os seus adeptos forem prudentes. Estamos em guerra; aí está o inimigo que espia, prestes a explorar o menor passo em falso em seu proveito e prestes a fazê-lo meter o pé na lama, se puder. Contudo, não nos apressemos em atirar pedras ou em levantar a suspeita muito levianamente, e em aparências que poderiam ser enganosas. Aliás, a caridade torna a moderação um dever, mesmo para com aqueles que estão contra nós. Contudo, a sinceridade, mesmo em seus erros, tem atitudes de franqueza, com as quais não é possível equívoco, e que a falsidade jamais simulará completamente, porque mais cedo ou mais tarde põe as unhas de fora. Deus e os bons Espíritos permitem que ela se traia por seus próprios atos. Se uma dúvida atravessa o espírito, deve ser apenas um motivo para se manter em reserva, o que pode ser feito sem faltar às conveniências. - - - - - - - - - - - - - - - - - -
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Jamais aucune doctrine philosophique des temps modernes n'a causé tant d'émoi que le Spiritisme, jamais aucune n'a été attaquée avec tant d'acharnement; c'est la preuve évidente qu'on lui reconnaît plus de vitalité et des racines plus profondes qu'aux autres, car on ne prend pas la pioche pour arracher un brin d'herbe. Les Spirites, loin de s'en effrayer, doivent s'en réjouir, puisque cela prouve l'importance et la vérité de la doctrine. Si celle-ci n'était qu'une idée éphémère et sans consistance, une mouche qui vole, on ne tirerait pas dessus à boulet rouge; si elle était fausse, on la battrait en brèche avec des arguments solides qui en auraient déjà triomphé; mais puisque aucun de ceux qu'on lui a opposés n'a pu l'arrêter, c'est que personne n'a trouvé le défaut de la cuirasse; ce n'est cependant ni le talent ni la bonne volonté qui ont manqué à ses antagonistes. Dans ce vaste tournoi d'idées, où le passé entre en lice avec l'avenir, et qui a pour champ clos le monde entier, le grand jury est l'opinion publique; elle écoute le pour et le contre; elle juge la valeur des moyens d'attaque et de défense, et se prononce pour celui qui donne les meilleures raisons. Si l'un des deux champions emploie des armes déloyales, il est condamné d'avance; or, en est-il de plus déloyales que le mensonge, la calomnie et la trahison? Recourir à de pareils moyens, c'est s'avouer vaincu par la logique; la cause qui en est réduite à de tels expédients est une cause perdue; ce n'est pas un homme, ni quelques hommes qui prononcent son arrêt, c'est l'humanité que la force des choses et la conscience du bien entraînent vers ce qui est le plus juste et le plus rationnel. Voyez, dans l'histoire du monde, si une seule idée grande et vraie n'a pas toujours triomphé quelque chose qu'on ait faite pour l'entraver. Le Spiritisme nous présente sous ce rapport un fait inouï, c'est celui d'une rapidité de propagation sans exemple. Cette rapidité est telle que ses adversaires eux-mêmes en sont abasourdis; aussi l'attaquent-ils avec la fureur aveugle de combattants qui perdent leur sang-froid, et s'enferrent dans leurs propres armes. La lutte cependant est loin d'être terminée: il faut, au contraire, s'attendre à lui voir prendre de plus grandes proportions et un autre caractère. Il serait par trop prodigieux et contraire à l'état actuel de l'humanité, qu'une doctrine qui porte en elle le germe de toute une rénovation s'établît paisiblement en quelques années. Encore une fois, ne nous en plaignons pas; plus la lutte sera rude, plus le triomphe sera éclatant. Il n'est douteux pour personne que le Spiritisme a grandi par l'opposition qu'on lui a faite; laissons donc cette opposition épuiser ses ressources: il n'en grandira que davantage quand elle aura révélé sa propre faiblesse à tous les yeux. Le champ de combat du christianisme naissant était circonscrit; celui du Spiritisme s'étend sur toute la surface de la terre. Le christianisme n'a pu être étouffé sous des flots de sang; il a grandi par ses martyrs, comme la liberté des peuples, parce que c'était une vérité. Le Spiritisme, qui est le christianisme approprié au développement de l'intelligence et dégagé des abus, grandira de même sous la persécution, parce que lui aussi est une vérité. La force ouverte est reconnue impuissante contre l'idée spirite, même dans les pays où elle s'exerce en toute liberté; l'expérience est là pour l'attester. En comprimant l'idée sur un point, on la fait jaillir de tous côtés; une compression générale lui ferait faire explosion. Cependant nos adversaires n'y ont point renoncé; en attendant, ils ont recours à une autre tactique: celle des sourdes manœuvres. Maintes fois déjà ils ont tenté, et le feront encore, de compromettre la doctrine en la poussant dans une voie dangereuse ou ridicule pour la discréditer. Aujourd'hui c'est en semant par-dessous main la division, en lançant des brandons de discorde qu'ils espèrent jeter le doute et l'incertitude dans les esprits, provoquer des défaillances vraies ou simulées et mettre le désarroi parmi les adeptes. Mais ce ne sont pas des adversaires avoués qui pourraient agir ainsi; le Spiritisme, dont les débuts ont tant de points de ressemblance avec ceux du christianisme, doit aussi avoir ses Judas, pour qu'il ait la gloire de sortir triomphant de cette nouvelle épreuve. L'argent est parfois un argument qui supplée à la logique. N'a-t-on pas vu une femme qui a avoué avoir reçu 50 fr. pour simuler la folie après avoir assisté à une seule réunion spirite? Ce n'est donc pas sans raison que, dans la Revue de mars 1863, nous avons publié l'article sur les faux-frères; cet article n'a pas été du goût de tout le monde, et plus d'un nous en a voulu de voir trop clair et de vouloir ouvrir les yeux aux autres, tout en nous serrant la main en signe d'approbation, ce dont nous n'étions pas la dupe. Mais qu'importe! Notre devoir est de prémunir les Spirites sincères contre les pièges qui leur sont tendus. Quant à ceux que des principes trop rigoureux pour eux, sur ce point comme sur plusieurs autres, nous ont aliénés, c'est que leur sympathie était à la surface et non au fond des cœurs, et nous n'avons aucune raison d'y tenir. Nous avons à nous occuper de choses plus importantes que de leur bon ou mauvais vouloir à notre égard. Le présent est fugitif; demain il ne sera plus; pour nous, il n'est rien; l'avenir est tout, et c'est pour l'avenir que nous travaillons. Nous savons que les sympathies véritables nous y suivront; celles qui sont à la merci d'un intérêt matériel déçu, ou d'un amour-propre non satisfait, ne méritent pas ce nom. Quiconque prend son point de vue en dehors de la sphère étroite du présent n'est plus troublé par les mesquines intrigues qui s'agitent autour de lui; c'est ce que nous nous efforçons de faire, et c'est ce que nous conseillons à ceux qui veulent avoir la paix de l'âme en ce monde. (L'Évangile selon le Spiritisme, chap. II, n° 15.) L'idée spirite, comme toutes les idées nouvelles, ne pouvait manquer d'être exploitée par des gens qui, n'ayant réussi à rien par inconduite ou incapacité, sont à l'affût de ce qui est nouveau, dans l'espoir d'y trouver une mine plus productive et plus facile; si le succès ne répond pas à leur attente, ils ne s'en prennent pas à eux, mais à la chose qu'ils déclarent être mauvaise. Ces personnes n'ont de spirite que le nom. Mieux que qui que ce soit, nous avons pu voir ce manège, ayant été maintes fois le point de mire de ces exploitations auxquelles nous n'avons pas voulu prêter la main, ce qui ne nous a pas fait des amis. Revenons à notre sujet. Le Spiritisme, nous le répétons, a encore à passer par de rudes épreuves, et c'est là que Dieu reconnaîtra ses véritables serviteurs à leur courage, à leur fermeté et à leur persévérance. Ceux qu'ébranlerait une crainte ou une déception sont comme ces soldats qui n'ont de courage qu'en temps de paix, et lâchent pied au premier coup de feu. La plus grande épreuve cependant ne sera pas la persécution, mais le conflit des idées qui sera suscité et à l'aide duquel on espère rompre la phalange des adeptes et l'imposante unité qui se fait dans la doctrine. Ce conflit, quoique provoqué dans une mauvaise intention, qu'il vienne des hommes ou des mauvais Esprits, est cependant nécessaire et, dût-il apporter un trouble momentané dans quelques consciences faibles, il aura pour résultat définitif la consolidation de l'unité. En toutes choses, il ne faut pas juger les points isolés, mais voir l'ensemble. Il est utile que toutes les idées, même les plus contradictoires et les plus excentriques, se fassent jour; elles provoquent l'examen et le jugement, et si elles sont fausses, le bon sens en fera justice; elles tomberont forcément devant l'épreuve décisive du contrôle universel, comme tant d'autres sont déjà tombées. C'est ce grand critérium qui a fait l'unité actuelle; c'est lui qui l'achèvera, car c'est le crible que doit séparer le bon et le mauvais grain, et la vérité n'en sera que plus brillante quand elle sortira du creuset dégagée de toutes ses scories. Le Spiritisme est encore en ébullition; laissons donc l'écume monter à la surface et se déverser, il n'en sera que plus tôt épuré; laissons aux adversaires la joie maligne et puérile de souffler le feu pour provoquer cette ébullition, car, sans le vouloir, ils hâtent son épuration et son triomphe, et se brûleront eux-mêmes au feu qu'ils allument. Dieu veut que tout soit utile à la cause, même ce qu'on fait avec l'intention de lui nuire. N'oublions pas que le Spiritisme n'est pas achevé; il n'a fait encore que poser des jalons; mais pour avancer avec sûreté, il doit le faire graduellement, à mesure que le terrain est préparé pour le recevoir, et assez consolidé pour y poser le pied avec sécurité. Les impatients qui ne savent pas attendre le moment propice compromettent les récoltes comme ils compromettent le sort des batailles. Parmi les impatients, il y en a sans doute de très bonne foi; ils voudraient voir les choses aller encore plus vite, mais ils ressemblent à ces gens qui croient faire avancer le temps en avançant la pendule. D'autres, non moins sincères, sont poussés par l'amour-propre d'arriver les premiers; ils sèment avant la saison et ne récoltent que des fruits avortés. A côté de ceux-là il en est malheureusement d'autres qui poussent le char à fond de train dans l'espoir de le faire verser. On comprend que certains individus qui eussent voulu être les premiers nous reprochent d'avoir été trop vite; que d'autres, par des raisons contraires, nous reprochent d'aller trop lentement; mais ce qui est moins explicable, c'est de voir parfois ce double reproche fait par le même individu, ce qui n'est pas faire preuve de beaucoup de logique. Que nous soyons aiguillonnés pour aller à droite ou à gauche, nous n'en suivrons pas moins, comme nous l'avons fait jusqu'à présent, la ligne qui nous est tracée, et au bout de laquelle est le but que nous voulons atteindre. Nous irons de l'avant, ou nous attendrons, nous hâterons ou nous ralentirons le pas selon les circonstances, et non selon l'opinion de tel ou tel. Le Spiritisme marche à travers des adversaires nombreux qui, n'ayant pu le prendre par la force, essayent de le prendre par la ruse; ils s'insinuent partout, sous tous les masques, et jusque dans les réunions intimes, dans l'espoir d'y surprendre un fait ou une parole que souvent ils auront provoqués, et qu'ils espèrent exploiter à leur profit. Compromettre le Spiritisme et le rendre ridicule, telle est la tactique à l'aide de laquelle ils espèrent le discréditer d'abord, pour avoir plus tard un prétexte d'en faire interdire, si cela se peut, l'exercice public. C'est le piège contre lequel il faut se tenir en garde, car il est tendu de tous côtés, et auquel, sans le vouloir, donnent la main ceux qui se laissent aller aux suggestions des Esprits trompeurs et mystificateurs. Le moyen de déjouer ces machinations est de suivre le plus exactement possible la ligne de conduite tracée par la doctrine; sa morale, qui en est la partie essentielle, est inattaquable; en la pratiquant on ne donne prise à aucune critique fondée, et l'agression n'en est que plus odieuse. Trouver les Spirites en faute et en contradiction avec leurs principes serait une bonne fortune pour leurs adversaires; aussi voyez comme ils s'empressent de charger le Spiritisme de toutes les aberrations et de toutes les excentricités dont il ne saurait être responsable. La doctrine n'est ambiguë dans aucune de ses parties; elle est claire, précise, catégorique dans ses moindres détails; l'ignorance et la mauvaise foi peuvent seules se méprendre sur ce qu'elle approuve ou condamne. C'est donc un devoir pour tous les Spirites sincères et dévoués de répudier et de désavouer ouvertement, en son nom, les abus de tous genres qui pourraient la compromettre, afin de n'en point assumer la responsabilité; pactiser avec les abus serait s'en rendre complice, et fournir des armes à nos adversaires. Les périodes de transition sont toujours pénibles à passer; le Spiritisme est dans cette période; il la traversera avec d'autant moins de difficulté que ses adeptes useront de plus de prudence. Nous sommes en guerre; l'ennemi est là qui épie, prêt à exploiter le moindre faux pas à son profit, et prêt à faire mettre le pied dans le bourbier s'il le peut. Ne nous hâtons pas cependant de jeter la pierre ou le soupçon trop légèrement, et sur des apparences qui pourraient être trompeuses; la charité, d'ailleurs, nous fait un devoir de la modération même envers ceux qui sont contre nous. La sincérité, toutefois, même dans ses erreurs, a des allures de franchise auxquelles on ne saurait se méprendre, et que la fausseté ne simulera jamais complètement, car tôt ou tard perce le bout de l'oreille; Dieu et les bons Esprits permettent qu'elle se trahisse par ses propres actes. Si un doute traverse l'esprit, ce doit simplement être un motif de se tenir sur la réserve, ce que l'on peut faire sans manquer aux convenances.
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