SR. P. -F. MATHIEU

(Antigo farmacêutico chefe do exército e membro de várias sociedades científicas)

O Sr. Mathieu, falecido a 12 de fevereiro de 1864, era muito conhecido no ambiente espírita parisiense, onde frequentava várias reuniões, nas quais tomava parte ativa. Tinha-se ocupado dos fenômenos espíritas desde a sua origem. Conhecemo-lo quando fazíamos os primeiros trabalhos preliminares. A natureza de seu espírito o levava à dúvida. Muito tempo depois de haver ele próprio feito experiências por meio da prancheta, recusava-se a nisto reconhecer a ação dos Espíritos. Depois suas ideias se modificaram, e mesmo, nos seus últimos tempos, ele não se mostrava mais tão radicalmente contrário à reencarnação.

O Sr. Mathieu só dificilmente, e com o tempo, admitia o que não estava em suas ideias, mas não era um adversário sistemático e, posto não partilhasse inteiramente das doutrinas do Livro dos Espíritos, devemos render-lhe justiça porque, na sua polêmica, jamais se afastou dos limites de uma perfeita conveniência. Sua doçura e a honorabilidade de seu caráter fizeram com que ele fosse estimado e lamentado por todos os que o conheceram. Ele morreu no momento em que dava a última demão numa importante obra sobre os convulsionários, que os Srs. Didier & Cia. acabam de editar.

ALLAN KARDEC

M. P. -F. Mathieu,

Ancien pharmacien en chef des armées, membre de plusieurs Sociétés savantes.

M. Mathieu, mort le 12 février 1864, était très connu dans le monde spirite parisien, où il fréquentait diverses réunions auxquelles il prenait une part active. Il s'était occupé des phénomènes spirites dès leur origine; nous l'avons connu à l'époque où nous faisions nos premiers travaux préliminaires. La nature de son esprit le portait au doute, et longtemps après avoir expérimenté lui-même à l'aide de la planchette, il se refusait à y reconnaître l'action des Esprits. Depuis, ses idées s'étaient modifiées, et même, dans les derniers temps, il ne se montrait plus aussi radicalement contraire à la réincarnation. M. Mathieu n'admettait que difficilement et à la longue ce qui n'était pas dans ses idées; mais ce n'était point un adversaire systématique, et, bien qu'il ne partageât pas entièrement les doctrines du Livre des Esprits, nous devons lui rendre cette justice que, dans sa polémique, il ne s'est jamais écarté des bornes d'une parfaite convenance. Sa douceur et l'honorabilité de son caractère l'ont fait estimer et regretter de tous ceux qui l'ont connu. Il est mort au moment où il venait de mettre la dernière main à un important ouvrage sur les convulsionnaires, que MM. Didier et C^e viennent d'éditer.